A Embrapa Agroindústria Tropical atua no desenvolvimento de ingredientes alimentares, avaliando diferentes rotas de processos de obtenção e seu escalonamento. Um dos produtos que tem sido tratados nesta ótica é o óleo de amêndoa de castanha de caju (ACC). Recentemente, foi estabelecido um processo prototipado para obtenção de um óleo com excelente qualidade nutricional. O processo de extração do óleo foi escalonado com sucesso do ponto de vista tecnológico, aumentando sua capacidade de produção em cerca de 20 vezes; porém, não se apresenta viável economicamente se seu coproduto, a torta parcialmente desengordurada (TPD), não for aproveitado. Esse material, que representa 70% do volume de produção, apresenta um elevado conteúdo de proteínas que podem ser aproveitadas para desenvolvimento de concentrados proteicos, indo ao encontro da demanda crescente por proteínas alternativas. Além do seu conteúdo proteico, a TPD apresenta aspectos nutricionais, sensoriais e tecnológicos promissores para a obtenção de concentrados proteicos. No entanto, trabalhos com proteínas extraídas a partir da ACC, ou de seus coprodutos, utilizando processos baseados nos preceitos da Química Verde, são praticamente inexistentes. Neste cenário, o projeto apresenta diferentes estratégias para disponibilizar concentrados proteicos a partir de processos de extração aquosa assistida ou não por enzimas, caracterizando tecnologicamente a proteína obtida, e avaliando suas aplicações em diferentes produtos plant-based, como hambúrgueres e bebidas vegetais, bem como seu uso como insumo para impressão 3D de análogos de cortes de carne estruturados (bifes). Vislumbramos assim agregar valor a um coproduto da industrialização da ACC, a partir da obtenção de concentrados proteicos, fornecendo ao mercado alternativas proteicas de base vegetal utilizando uma matéria-prima nativa brasileira e de grande importância para o Nordeste do Brasil.